Política
O programa CQC não foi a primeira vêz que levou a política de Paulistas as páginas policiais.
Prefeito de Paulistas é ameaçado de morte
De   acordo com informações obtidas pela reportagem da Folha junto a 6ª   Delegacia Regional de Polícia, o prefeito de Paulistas, Geraldo Ribeiro   de Morais, Dico, foi alvo de interesses e disputas políticas que   chegaram ao limite da tolerância, ferindo o exercício do poder para o   qual foi eleito legitimamente em 2004. Dico foi procurado por dois   homens que anunciaram a encomenda de sua morte pela quantia de 30 mil   reais. 
                    
                    No gabinete do prefeito Dico, João Caspistrano Vasconcelos e   Jones Rodrigues de Morais, numa tentativa de extorsão inverteram a   proposta e anunciaram: "se o prefeito nos der R$ 30 mil a gente mata o   mandante". 
  
                    Dico quis saber, então, quem teria encomendado sua morte. Um   dos homens disse não poder revelar o nome do mandante pois "aqui agora   tem parentes dele". 
  
                    Apesar do momento ser de tensão Dico teve presença espírito e   solicitou aos homens que o aguardasse que ele iria buscar o dinheiro e   acionou a Polícia. Capistrano e Jones foram presos em flagrante e   conduzidos para a cidade de Sabinópolis. Na delegacia, Caspistrano   declarou que o Cabo PM Ronaldo Rafael de Souza comentou com ele que a   morte do prefeito de Paulistas estava encomendada e que estavam pagando   R$ 30 mil pelo serviço. 
  
                    O Cabo Ronaldo foi ouvido na Delegacia de Guanhães, para   onde o caso foi transferido, e em acareação, declarou que o maior   interessado na morte do prefeito Dico, era o vice-prefeito Leandro   Barroso. E explicou que o interesse do vice tinha motivação política,   oriunda da união do prefeito com o adversário José Edmundo, a quem   apoiaria para prefeito nas próximas eleições, num complô que o deixaria   de fora do páreo.
  
                    Segundo o Cabo, Leandro havia dito que com a morte do   prefeito ele como vice assumiria a prefeitura de Paulistas e ficaria   tudo acertado.
  
                    Ronaldo informou ainda que depois que Capistrano foi preso,   Leandro ligou para sua casa e para o celular de sua mulher   pedindo"segura essa, segura essa, segura essa, pra mim". Ao ser ouvido,   juntamente com Capistrano e Jones, o vice Leandro Barroso negou que   teria interesse na morte de Dico, a quem considera como irmão. Negou   ainda qualquer motivação política ou partidária para a suspeita e   ressaltou: "Paulistas hoje é uma família só, sem divisões na política e a   tendência é de candidato único. Na eleição, José Edmundo esteve ao lado   do Dico, apoiando os mesmos candidatos. Portanto hoje em Paulistas não   vai existir adversários políticos. Vai ser candidato único com certeza. É   para isso que a atual administração está trabalhando". 
Apesar de ser comerciante de queijo na região, Leandro informou jamais ter visto Capistrano ou Jones e o delegado Donizete Ferreira, obteve a recíproca de ambos em relação ao vice. Sobre o Cabo Ronaldo, Leandro disse ter uma relação de amizade espontânea e que por diversas vezes já socorreu o policial, ajudando-o com 10, 20, 30 e 50 reais destinados a pagar contas de água, luz e telefone e que nunca cobrou. Em relação à encomenda ou ao interesse na morte do prefeito Dico, Leandro negou ter tido essa conversa com Ronaldo. Depois de assinado o termo de acareação, Leandro ainda fez a seguinte declaração:"eu jamais tentaria contra a vida de alguém. Ainda mais contra a do companheiro, o prefeito Dico. Paulistas hoje é uma família só."
De acordo com o Delegado Donizete Ferreira, que apura o caso, se comprovado, os envolvidos serão indiciados pelos crimes de pistolagem, formação de quadrilha e extorsão.
Fonte: Folha de Guanhães 2006